sexta-feira, dezembro 17, 2010

Africa- Expansao da Economia transforma oito Paises em " Leoes Africanos" diz relatorio

Um relatório da consultoria Boston Consulting Group (BCG) chama atenção para o “despertar” da economia africana, em particular para oito países com taxas de crescimento semelhantes ou até maiores que as das principais economias emergentes.
Segundo o estudo, apresentado em Casablanca, no Marrocos, desde 1998, as 500 maiores empresas africanas fora do setor bancário cresceram 8,3% ao ano.
Esse desempenho foi impulsionado pelas exportações, cujo crescimento anual passou de 3% nos anos 90 para 18% desde 2000, diz a consultoria.
Mas o relatório destaca 40 empresas, todas elas localizadas em países chamados de “leões africanos”, que, na opinião do instituto de pesquisas, merecem mais atenção do que recebem dos investidores internacionais.
A pesquisa analisou mais de 600 companhias atuando em todos os setores da economia. Um pente fino inicial reduziu a lista para 70, que foram então reduzidas para 40 após uma avaliação de seus fundamentos e de seu desempenho.
“Há, é claro, muito mais de 40 companhias africanas dignas de nota”, disse o diretor do BCG em Casablanca, Patrick Dupoux. “A lista foca naquelas com ambições globais.”
Os leões africanos são Argélia, Botsuana, Egito, Líbia, Ilhas Maurício, África do Sul e Tunísia.
Juntos, eles responderam por 70% do Produto Interno Bruto (PIB) africano em 2008 e têm em comum estatísticas mais positivas de poder de compra, ambiente de negócios e estabilidade política.
“Se alguns países tiraram proveito da alta dos preços das matérias-primas, a maioria dos ‘leões’ se beneficiou de uma maior estabilidade política, a emergência de um consumidor africano e a implementação de política públicas que incentivam o investimento privado”, disse Dupoux.
Em 2008, o PIB per capita desses países foi de US$ 10 mil, comparado com a média de US$ 8,8 mil dos Bric.
Desafiadoras
Das 40 companhias que a consultoria chama de challengers – desafiadoras da ordem vigente, na visão da consultoria –, 18 estão na África do Sul. Os outros países com maior número de empresas são Egito (7) e Marrocos (6).
A lista inclui gigantes com presença mundial, como o grupo de bebidas SAB Miller, a mineradora Anglo American e financeira Old Mutual, todas com sede na África do Sul.
Mas outras empresas com importância regional ou presente em outros países também fazem parte da lista – por exemplo, a fabricante sul-africana de medicamentos Aspen Pharmacare, a egípcia Orascom Telecom e o angolano Banco Africano de Investimentos, que recentemente expandiu suas operações no Brasil.
Poucas pessoas reconhecem que uma nova geração de companhias africanas está pronta para fazer uma grande estreia no cenário global. Estas companhias estão seguindo o mesmo caminho de outras dos países dos Bric.
Patrick Dupoux, Boston Consulting Group Casablanca
Oito delas se beneficiam da riqueza de recursos naturais da África, continente que abriga 82% das reservas de platina, 55% das reservas de diamante e mais de 50% das reservas de fosfato do mundo.
Além disso, argumenta o relatório, as companhias souberam tirar proveito do crescimento africano da última década. Mesmo em plena crise, a economia africana cresceu 2% em 2009, contrariando tendências contrárias no resto do mundo.
No mesmo ano, Estados Unidos, União Europeia e América Latina registraram retrações de 4%, 2,8% e 1,5%, respectivamente.
Surfando nesta onda, calcula o BCG, as 40 challengers tiveram em 2008 um incremento de 24% no seu faturamento anual, contra 11% das empresas listadas no índice S&P da bolsa americana, por exemplo.
“Poucas pessoas reconhecem que uma nova geração de companhias africanas está pronta para fazer uma grande estreia no cenário global. Estas companhias estão seguindo o mesmo caminho de outras dos países dos Bric”, observa Dupoux.
Apesar disso, o analista acredita que poucas destas empresas podem ser consideradas “verdadeiramente globais” e, portanto, demonstram um grande potencial.
“Estamos confiantes em que elas podem superar essa nova fronteira se alcançarem excelência nas suas operações, ampliar seu alcance através de aquisições no exterior, criarem uma força de trabalho global e adquiriram marcas globais”, diz o analista.
Fonte: BBC

quarta-feira, dezembro 15, 2010

Guiné-Bissau: FMI concorda com perdão da dívida guineense

Washington - O Fundo Monetário Internacional (FMI) anunciou terça-feira, estar de acordo com o perdão da dívida da Guiné-Bissau, faltando agora a aprovação do Banco Mundial.
Esta segunda-feira, o comité executivo do FMI esteve reunido e acabou por decidir dar o seu acordo de princípio de que a Guiné-Bissau «deu os passos necessários» para atingir o ponto de conclusão da iniciativa de apoio aos países altamente endividados (HIPC). No dia 16 de Dezembro o conselho executivo da Associação Internacional para o Desenvolvimento, do Banco Mundial, decidirá se também concorda com o perdão da dívida guineense.

A dívida externa da Guiné-Bissau está calculada em 1,5 mil milhões de dólares (1,14 mil milhões de euros). Desde 2001 que o país tem tentado, sem êxito, cumprir com os critérios para que possa beneficiar de um perdão que pode ascender, de acordo com as Nações Unidas, a cerca de metade deste montante, perto de 700 milhões de dólares.

Na reunião de segunda-feira do FMI, foi ainda aprovado um novo apoio financeiro de 3,71 milhões de dólares, elevado para 15,83 milhões de dólares o apoio total a Bissau.

Fonte: PNN Portuguese News Network

quinta-feira, dezembro 09, 2010

Angola-EUA: Um beliscão na parceria estratégica

As relações entre Angola e os Estados Unidos, marcadas pela assinatura em Julho de um acordo para o estabelecimento de uma parceria estratégica, registam desde Novembro um abanão que o mais iluminado vidente não poderia prever.

Um levantamento conduzido pelo comité de Investigação do Senado dos EUA forçou bancos locais a encerrarem em catadupa as contas bancárias da embaixada de Angola e do seu staff em Washington. O "leit motiv" foi a tentativa de transferência, em 2002, de 50 milhões de dólares, ordenada por Aguinaldo Jaime, ao tempo governador do Banco Nacional de Angola (BNA).

Apesar das explicações que seis anos depois prestou a oficiais da embaixada norte-americana em Luanda, os peritos daquele comité tomaram a sua iniciativa como suspeita.

Aguinaldo Jaime disse ao semanário angolano Novo Jornal que não fazia sentido levantar uma questão que já tinha sido sumamente explicada. Segundo ele, a operação visava equilibrar a balança de pagamentos, tendo a iniciativa recebido respaldo do Conselho de Ministros.

«A primeira opção que tentámos concretizar passava pela compra de Títulos do Tesouro norte-americano, exactamente porque são os que apresentam menos riscos, operação que foi rejeitada pelas autoridades americanas; depois tentámos abrir uma conta, em que eu era um dos signatários (a ideia era impedir que alguém movimentasse os valores de forma incógnita), para transferir uma garantia de 50 milhões de dólares, operação que também foi rejeitada».

A segunda rejeição levou as duas partes a cancelarem a operação. Porém, foi exactamente a segunda tentativa que fez soar o alarme em Washington. Investido de poderes para investigar a questão de lavagem de dinheiro e operações de financiamento de terrorismo, em Novembro do ano passado, aquele comité do Senado solicitou ao Governo de Angola explicações sobre o incidente.



Fonte: Africa21

domingo, novembro 21, 2010

O crescimento econômico na África não é apenas o resultado do incremento no comércio com a Ásia, particularmente com a China. "É o resultado das nossas próprias reformas"

O fator “feel good” surtiu o efeito de um bálsamo. O clima durante a conferência na Tunísia sobre as economias do continente africano foi marcado pela confiança reconquistada. "Nunca estive tão positivo", declarou o presidente Donald Kaberuka do Banco Africano de Desenvolvimento (ADB, African Developpment Bank), dando expressão a seu otimismo.
O crescimento econômico na África não é apenas o resultado do incremento no comércio com a Ásia, particularmente com a China. "É o resultado das nossas próprias reformas", enfatizou o vice-presidente da ADB, Mthuli Ncube. Um relatório do Fundo Monetário Internacional aumentou ainda mais o entusiasmo.
A África sairá quase incólume da crise financeira mundial, prevê o FMI. A média de crescimento anual de cinco por cento desde 2000 recaiu no ano passado aos 2,5 por cento. Este ano, no entanto, a economia de África cresce outros cinco por cento, e se prevê que cresça no próximo ano ainda mais.
Cinismo do ocidente
Economistas africanos e diretores de bancos centrais falaram na capital da Tunísia, Túnis sobre como fazer perdurar o clima atual. E como evitar que a África embarque temporariamente na boa fortuna da economia mundial para em seguida recair na miséria. Porque, como alertou o palestrante convidado, Pascal Lamy, diretor da Organização Mundial do Comércio (OMC): "Uma dependência excessiva de exportações de matéria-prima é perigosa". Em outras palavras, a África não se deve deixar ofuscar pela crescente demanda de matéria-prima da China.
Palestrante após palestrante, todos salientaram que o “impacto China” (China bashing) se verifica principalmente nos países ocidentais. Países asiáticos como a China, a Índia e a Malásia reconhecem abertamente o dinamismo africano e o potencial que ele representa; seu otimismo, que contrasta com o cinismo ocidental, surte um efeito contagiante.
"Colonizados"
Mas também surgem as dúvidas. Alguns até falaram sobre o fim da lua de mel com a China. Centenas de milhares de trabalhadores chineses passaram no meio tempo a trabalhar em projetos de infraestrutura financiados pela China, e dezenas de milhares de chineses se encontram no comércio. Os empregos se veem ameaçados.
As réplicas para turistas da milenar mesquita de Túnis são fabricadas na China; na Nigéria, são os chineses quem tem o monopólio do comércio de chinelos; no Congo, são proprietários de casas de chá. "Se não tomarmos cuidado, voltaremos a ser colonizados, a pedido próprio, mas dessa vez pela China", adverte o economista etíope Fantu Cheru.
A China realiza projetos de desenvolvimento em troca de matérias-primas. Será este um novo tipo de trabalho de desenvolvimento? Ou uma alternativa para o envolvimento ocidental na África? Como maiores ameaças ao crescimento são citadas a infraestrutura deficiente e a falta crônica de energia elétrica.
A fim de estimular o comércio e o setor agrícola subdesenvolvido, seriam necessários vinte bilhões de dólares de investimento. E a China pode e quer reunir esses bilhões para a construção de dezenas de milhares de quilômetros de caminho asfaltado e de linhas ferroviárias, para o investimento em hidrelétricas e em telecomunicações.
Diáspora
A fim de reduzir sua dependência da China ou do ocidente, a África deveria explorar o continente em busca de seus próprios recursos financeiros. O sistema de cobrança de imposto deve ser melhorado, e as saídas de capital ilegal, impedidas. Uma atraente fonte de renda provém dos cerca de 29 milhões de africanos que vivem fora da terra natal. Só em 2008, eles enviaram cerca de 21 bilhões de dólares aos respectivos países de origem.
A ajuda ao desenvolvimento tem sido, de acordo com alguns, menor que as transferências por africanos na diáspora. O auxílio continua desempenhando um papel decisivo nos países pobres. A ajuda ainda é necessária. Podar o orçamento de fomento ao desenvolvimento, como aconteceu por exemplo dentro do governo holandês, é sentido pelos economistas africanos como demonstração "de vista curta", pois freia o potencial de crescimento da economia global.
Os dados macroeconômicos mostram que a África está finalmente em ascensão, mas continua a ser o continente mais pobre do planeta. Para lutar eficazmente contra a pobreza em massa é necessário um crescimento de mais de dez por cento, calculam os economistas na conferência de Túnis. A taxa de crescimento é atualmente de cinco por cento. E suas relações com a China sofrem pressão.

Défice energético está a ameaçar crescimento económico da África


O défice energético do continente africano, que tem dois terços da sua população sem acesso a energia, está a pôr em risco não só a sustentabilidade do crescimento da economia como o próprio combate à pobreza.
Segundo alertou esta semana o Banco Africano de Desenvolvimento (BAD), que se reuniu em Maputo, Moçambique, em causa está a importância do sector da energia no próprio desenvolvimento do continente.
“Se por um lado as economias africanas têm mostrado habilidade para se recuperarem das crises que têm afectado o mundo nos últimos anos, por outro lado a penosa falta de infra-estruturas, em particular na energia, colocam um mais sério perigo para a sustentabilidade e erradicação da pobreza no continente”, explicou na ocasião Bobby Pittman, ex-representante africano no G8, num discurso lido por um representante.
Também em Maputo decorreu esta semana a Conferência dos Ministros de Energia de África. Segundo explicou a comissária para as infra-estruturas e energia da União Africana, Elham Ibrahim, dois terços da sua população está sem acesso a energia, um défice que exige “investimentos massivos”.
De acordo com Ibrahim, o fraco acesso da população africana à energia é “inaceitável”, sendo “contraditório sob o ponto de vista social e económico que, num continente com enormes recursos energéticos, dois terços da população africana não tenham acesso à energia”.

domingo, novembro 07, 2010

Representante da ONU pede doadores a manterem apoio a Guine-Bissau

O representante das Nações Unidas na Guiné-Bissau apelou hoje (sexta-feira) aos doadores e parceiros da Guiné - Bissau para manterem o seu apoio ao país, face aos "desenvolvimentos positivos" registados nos últimos meses.  

 
 
Num briefing ao Conselho de Segurança das Nações Unidas, Joseph Mutaboba disse que o plano de estabilização elaborado pela comunidade regional (CEDEAO) e comunidade lusófona (CPLP), juntamente com os compromissos de apoio à reforma do sector de segurança "devem contribuir para proteger as instituições do Estado, aumentar a supervisão civil sobre as estruturas militares".  

 
 
"Se bem articulado e coordenado [este plano] deve criar condições para a renovação do empenho dos doadores e outros parceiros chave, para continuarem a apoiar as reformas económicas e programas de alívio da dívida", disse Mutaboba.  

 
  
"Esta parceria também deve ajudar a criar condições para a implementação de um aspecto crítico do programa reforma do sector do segurança, nomeadamente a reforma e reintegração de militares, incluindo ex-combatentes, combater a impunidade, tráfico de droga e crime organizado", adiantou.  

 
  
Entre os "desenvolvimentos positivos" no país, Mutaboba sublinhou o pagamento regular dos salários dos funcionários públicos, o diálogo de reconciliação nacional, reformas judiciais, retoma dos trabalhos do comité nacional para a reforma do sector de segurança e um pedido oficial das autoridades à ONU para apoio no combate ao tráfico de droga.   

 
 
O enquadramento legal para o fundo de pensões dos militares foi aprovado, a par de progressos na reforma das polícias, e a União Africana estabeleceu presença permanente na Guiné-Bissau.  

 
"Este novo ímpeto reabriu uma janela de oportunidade para estimular a colaboração entre a comunidade internacional e a liderança da Guiné-Bissau, depois de meses de impasse", adiantou.  

 
Este impasse deriva dos acontecimentos de 01 de Abril, que "contribuíram para o crescimento de um sentimento de frustração entre alguns parceiros", referiu.  

 
Mutaboba reconheceu que alguns parceiros se mostram mais "relutantes" em relação à Guiné-Bissau com a contínua detenção do ex-chefe de Estado Maior, Zamora Induta, que "demonstra a predominância da liderança militar sobre o sector judicial, e até certo ponto do executivo".  

 
Mas afirmou que é "crucial" para o Governo guineense assegurar o apoio "político, técnico e financeiro", por parte dos países regionais e Nações Unidas ao plano CPLP-CEDEAO, que deve ter prazos e mecanismos para medir progressos.   

 
Mutaboba pediu ainda apoio "urgente" ao fundo de pensões dos militares e capacitação das Forças Armadas, para "consolidar paz e estabilidade". 

 
Quanto ao tráfico de droga, Mutaboba adiantou que está a ser negociado com as autoridades guineenses um memorando de entendimento que permitiria os navios de países parceiros internacionais fazer o patrulhamento das águas territoriais da Guiné-Bissau, nos moldes semelhantes ao que já acontece com Cabo Verde e Senegal.  

 
Pediu ainda aos parceiros para fornecerem equipamento de controlo de fronteiras nos aeroportos e portos, para impedir o trânsito de drogas e o crime organizado.   

 
Sugeriu também "acções mais robustas" contra os responsáveis pelo narcotráfico, nomeadamente na agilização do congelamento e confisco de contas bancárias. 
 
Fonte: AngoP

48 Paises da Africa Subsaariana. em conjunto, produzem menos energia que a Espanha

Pela primeira vez, ministros de Estado, especialistas e investidores de toda África reuniram-se para discutir alternativas de geração e distribuição energia no continente. Foram cinco dias de encontros, palestras e reuniões em três eventos simultâneos: o All Africa Energy Week, o Fórum Africano de Investimento em Energia e o Encontro de Ministros de Energia da União Africana.
Na pauta dos ministros, políticas continentais como a operacionalização de um Fundo de Petróleo, além de discussões em torno de estudos referentes à produção de energia alternativa (especialmente a solar), entre outras iniciativas.
O participantes preparam a criação um mecanismo único de monitoramento e comunicação entre os países. Empresas tiveram espaço para fechar negócios e divulgar de experiências e estratégias para aumentar o acesso à luz elétrica em um ambiente de mudanças climáticas. Além do governo moçambicano, o evento teve o apoio do Banco Africano de Desenvolvimento, da Comissão Econômica Africana das Nações Unidas e da União Africana.
“Vamos chegar aos nossos objetivos de levar energia a muito mais gente na África”, afirmou o ministro de Energia de Moçambique, Salvador Namburete. “Ainda pode demorar, porque os recursos são escassos. Mas o comprometimento político dos governos, a clareza dos objetivos e a priorização de projeto melhor estruturados vão permitir a integração dos sistemas, que os países trabalhem em conjunto.”
Pelos levantamentos do fórum, o maios desafio para a infraestrutura da África é, de longe, a geração de energia. Apesar da abundância de potencial hídrico, vento, sol e recursos minerais, como petróleo e carvão, 30 dos 52 países do continente sofrem cortes regulares no fornecimento de luz elétrica. Atualmente, os 48 integrantes da África Subsaariana geram, juntos, menos eletricidade que a Espanha.
Atualmente, a Nigéria, maior produtor africano de petróleo, gasta U$ 13 bilhões só com aquisição de óleo diesel para gerar energia. U$ 10 bilhões R$ seriam suficientes para suprir a demanda do país. É que um terço dos equipamentos de geração e transmissão na Nigéria está inoperante por falta de manutenção adequada.
Muitos investimentos esperados pelo setor estão parados à espera de uma revisão das leis que regulam o setor energético. De acordo com o governo nigeriano, a Lei da Indústria do Petróleo deve ser votada até o fim do ano. As novas regras devem modificar a cobrança de impostos sobre empresas estrangeiras que exploram petróleo no país.
Estudos internacionais mostram que o potencial hídrico da República Democrática do Congo, se aproveitado integralmente, seria capaz de gerar o triplo da energia que o continente consome atualmente.
O impacto econômico da falta de fornecimento regular de energia também é grande. A estimativa do fórum é que, pelos menos, 5% das vendas das empresas do continente sejam perdidos pelo fornecimento irregular de luz elétrica. Somado ao imenso setor informal africano, o prejuízo sobe para 20%. Segundo o Banco Mundial, o impacto típico na economia como um todo de um país varia entre 1% e 4% do Produto Interno Bruto (PIB) anual.
Eletrificar toda a África custa muito. A construção de infraestrutura no continente é, em geral, duas vezes mais cara do que nos restante do mundo, por causa da pouca concorrência e por questões de escala. Técnicos do Banco Africano de Desenvolvimento estimam os países africanos precisariam investir cerca de que U$ 93 bilhões por ano no setor de energia, sendo um terço desse valor só para manutenção da infraestrutura existente. E a estimativa é que o déficit nas contas governamentais do setor seja de, pelo menos, U$ 31 bilhões por ano.
“Com recursos financeiros suficientes, poderíamos programar os investimentos corretamente”, explicou o ministro moçambicano Salvador Namburete. “Mas programas de expansão, com o da eletrificação rural, por exemplo, devem ser acompanhados da devida formação dos técnicos provedores do serviço. Tanto para garantir a qualidade da energia quanto para informar as comunidades sobre como fazer o uso racional e eficiente dela.”
No mundo todo, quase 1,5 bilhão de pessoas não têm acesso à energia elétrica, percentual que corresponde a cerca de 20% da população. Em 20 anos, toda a América Latina estará eletrificada. Em menos tempo, já em 2015, a falta de luz elétrica não deve mais ser problema na China. Mas na África, em parte da Ásia, em especial na Índia, 1,2 bilhão de pessoas continuarão dependendo do carvão, de velas e de geradores a diesel para se aquecer, preparar a comida ou fazer uma máquina funcionar.
Os dados são da Agência Internacional de Energia (AIE), divulgados durante as reuniões das Nações Unidas sobre o cumprimento das Metas do Milênio, em setembro passado. "O impossível acesso a serviços modernos de fornecimento de energia cria sérios obstáculos para o progresso econômico e social. A questão deve ser superada se quisermos avançar nas Metas do Milênio", alertou a AIE

União Africana mobiliza doadores a favor da Guiné-Bissau

A União Africana (UA) defende a realização de uma conferência de doadores como um "incentivo" aos esforços para a reforma do setor de defesa e segurança na Guiné-Bissau, anunciou o seu representante especial neste país lusófono da África Ocidental, o Angolano Sebastião da Silva Isata.

De acordo com Sebastião Isata, a UA considera que a reforma do setor de defesa e segurança constitui a "pedra angular da promoção da democracia, da legalidade e da boa governação" no país.

Por outro lado, disse, os fundos saídos duma tal conferência de doadores contribuirão igualmente "para aliviar a pobreza lancinante que o país vive e que constitui também uma das causas e fontes da instabilidade".

O emissário da União Africana defendeu esta posição numa intervenção feita diante do Conselho de Segurança das Nações Unidas, durante uma reunião realizada sexta-feira na sede desta organização em Nova Iorque (Estados Unidos) sobre a situação na Guiné-Bissau.

Na ocasião, ele recordou que os ciclos de instabilidade política que a Guiné-Bissau vive há décadas devem-se à debilidade das instituições do Estado e do seu sistema legal, particularmente a administração da justiça criminal.

"A ausência da legalidade efetiva, o surto do tráfico da droga, a corrupção e a pobreza mergulharam a Guiné-Bissau em décadas de instabilidade" política e militar, sublinhou o diplomata angolano ao serviço da UA desde meados deste ano.

Porém, insistiu, apesar de todas essas dificuldades, a Guiné-Bissau "mostrou sinais encorajadores no sentido da implementação das decisões e recomendações da UA e da comunidade internacional".

Entre esses sinais positivos, ele citou a aceitação pelas autoridades bissau-guineenses das propostas da UA para se desdobrar no país uma missão internacional de estabilização, formar uma comissão da verdade e reconciliação nacional e criminalizar o narcotráfico.

A missão internacional de estabilização deverá ser formada conjuntamente pela UA e pela Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), em conformidade com uma decisão da sessão especial da Assembleia da UA realizada em Agosto de 2009, na capital líbia, Tripoli, sobre análise e resolução de conflitos, disse.

Por seu turno, continuou, a comissão da verdade e reconciliação nacional visa proporcionar a "reparação moral dos danos causados às famílias das vítimas dos vários crimes ocorridos nos últimos anos no país, e começar a reconciliação genuína entre a nação guineense".

"É importante mencionar que esta comissão não deve ser vista como uma substituição às medidas legais já em curso", precisou.

Quanto à criminalização do tráfico da droga, Sebastião Isata indicou que a futura legislação a ser aprovada sobre a matéria deverá incidir sobre todas as formas em que este fenómeno se manifesta, nomeadamente a posse, o uso, a transferência e o processamento de estupefacientes.

A este propósito, ele advogou igualmente a criação com urgência de uma Força de Polícia Especial dotada de equipamento moderno como complemento às medidas legais a serem adotadas.

terça-feira, outubro 26, 2010

África Subsaariana deverá crescer 5% este ano, prevê FMI



A economia da África Subsaariana deve crescer 5% este ano e 5,5% no ano que vem. A previsão consta do documento 2010 Regional Economic Outlook: Sub-Saharan Africa, divulgado nesta segunda-feira (25/10) pelo Fundo Monetário Internacional (FMI). No início do ano, a estimativa era que o crescimento em 2011 pudesse alcançar 5,9%.

Mesmo assim, o resultado foi comemorado pela diretora do Departamento de África do FMI, Antoinette Monsio Sayeh, ex-ministra das Finanças da Libéria. “A superação regional deve muito às políticas econômicas sólidas implementadas antes e durante a crise global. Permitiram que as autoridades usassem mecanismos fiscais e monetários para minimizar os efeitos adversos da mudança brusca no comércio internacional, preços e fluxos financeiros”, disse ela.

Antes da crise, a região mais pobre do mundo vinha crescendo entre 6% e 6,5% ao ano. No ano passado, a taxa não passou de 2,5%. A África Subsariana tem cerca de 500 milhões habitantes (10% da população do planeta), que vivem nos 47 países ao sul do Deserto do Saara.

De acordo com a diretora do FMI, a demanda doméstica da África Subsaariana deve continuar firme neste ano e no próximo. E as exportações devem se beneficiar do crescimento dos negócios com a Ásia. Sayeh ressalvou que a crise deixou um “legado de desemprego elevado”, além da deterioração do equilíbrio fiscal, especialmente nos países exportadores de petróleo. “Por causa da natureza frágil da recuperação global, os riscos seguem pesados”.

Ela recomenda que políticas fiscais expansionistas sejam temperadas para assegurar que as finanças públicas voltem ao caminho sustentável, com dívidas manejáveis. Para combater a crise, alguns países cortaram as taxas de juros e elevaram o gasto público.

As cinco maiores economias africanas - África do Sul, Nigéria, Angola, Etiópia e Quênia - devem crescer dentro da média esperada para o subcontinente este ano. A maior, a sul-africana, foi uma das que mais sentiram os efeitos da crise mundial. Perdeu cerca de um milhão de empregos em 2009 e entrou em recessão. Angola desacelerou de 13% de crescimento em 2008 para menos de 1% no ano passado.

Mas o FMI projeta para este ano crescimento acima da média em alguns países: Congo (10,6%), Botsuana (8,4%), Etiópia, (8%), Nigéria (7,4%), Zâmbia (6,6%), Tanzânia (6,5%) Libéria (6,3%), Moçambique (6,5%), Malaui (6%), Angola (5,9%), Zimbábue (5,9%), Uganda (5,8%), Lesoto (5,6%), Ruanda (5,4%), Congo (5,4%) e Mali (5,1%).

Para os demais países lusófonos, o FMI antecipa ganhos na massa da economia para São Tomé e Príncipe (4,5%), Cabo Verde (4,1%) e Guiné Bissau (3,5%).

Já o Norte da África, região chamada de Magreb (Mauritânia, Marrocos, Argélia, Tunísia e Líbia), que cresceu 2,4% em 2009, deve encerrar 2010 com ganhos de 5% no produto.

quinta-feira, outubro 21, 2010

Angola abre linha de crédito de 25 milhões de dólares para a Guiné-Bissau [ 2010-10-21 ]

Bissau, Guiné-Bissau, 21 Out - Angola concedeu à Guiné-Bissau um apoio orçamental de 12 milhões de dólares, uma linha de crédito de 25 milhões de dólares e o perdão da dívida guineense, anunciou quarta-feira em Bissau o ministro da Geologia, Minas e Indústria de Angola.

“A Guiné-Bissau tem um défice orçamental de 12 milhões de dólares e Angola vai cobrir esse défice o mais rapidamente possível”, afirmou Joaquim Costa David.

Relativamente à linha de crédito, o ministro angolano disse que a mesma será utilizada para apoiar iniciativas de empresários dos dois países, de guineenses ou de angolanos em parceria com guineenses, que pretendam investir na Guiné-Bissau.

Ainda no âmbito da cooperação bilateral, o ministro angolano disse que o governo de Angola vai dar um apoio mais significativo ao projecto de uma empresa angolana para a exploração mineral de bauxite, no sul da Guiné.

Segundo o ministro, o governo de Angola vai apoiar de “forma mais incisiva a empresa a realizar os seus objectivos na Guiné, para bem dos dois países, e essa ajuda vai incidir sobre a exploração do bauxite, melhoria do porto de Buba e do caminho-de-ferro”.

O sector da comunicação social foi outro dos assuntos abordados nas discussões sectoriais que decorreram entre segunda-feira e quarta-feira, com Angola a determinar dar uma ajuda imediata à Televisão da Guiné-Bissau, que não emite há mais de dois meses.

Os angolanos também vão ajudar na melhoria das condições de trabalho da rádio nacional, agência de notícias e imprensa escrita estatal.

terça-feira, outubro 12, 2010

Tunis acolhe conferência sobre economia africana


A Conferência Económica africana vai decorrer de 27 a 29 do mês em curso, em Tunis, a capital da Tunísia, na presença do director-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), Pascal Lamy, e do Primeiro-Ministro tunisino, Mohammed Ghannouchi, informou o Banco Africano de Desenvolvimento (BAD). Sob o lema “Estabelecer um Plano de  Acção para o Relançamento Económico e o Crescimento a Longo Prazo de África”, a reunião é organizada pelo BAD e pela Comissão Económica das Nações Unidas para África (CEA). Tem a participação dos ministros das Finanças  e governadores de Bancos Centrais.

quinta-feira, setembro 30, 2010

Guiné-Bissau caminha para o perdão da dívida

Bissau - A Guiné-Bissau poderá chegar ao ponto de conclusão da Iniciativa HIPC até o final do ano, de acordo com o optimismo mostrado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI).
Já o ministro das Finanças, José Mário Vaz, depois de revelar as proezas económicas atingidas até agora, disse que a situação actual é difícil e é necessário tomarem-se medidas. Apesar de o ano ter começado com grandes ganhos financeiros, no domínio das receitas, o titular da pasta das Finanças afirma que o dinheiro foi aplicado na resolução de problemas nas áreas da Educação, Saúde e em missões de serviço que subiram escandalosamente, assim como na contestada subida do subsídio de representação atribuído aos titulares de órgãos públicos.

José Mário Vaz afirma que a situação o deixou «triste», porque as receitas deviam ser alocadas em investimentos públicos ao nível das infra-estruturas e agricultura, tendo em conta que os apoios orçamentais dos principais parceiros internacionais, nomeadamente o Banco Mundial, Brasil, Portugal, Franca e União Europeia (este último que mais apoios concede ao Governo), calculado em mais de 10 mil milhões de francos Cf, ainda não foram desbloqueados, ou sequer cedidos.

O ministro das Finanças destaca a importância que a União Europeia representa para o país, defendendo que as autoridades políticas devem encontrar uma solução urgente para que o país não se depare com dificuldades financeiras no próximo ano. Como gerir as finanças públicas nos meses que restam até ao final do ano e o que será o orçamento do ano 2011, são as grandes questões colocadas pelo ministro das Finanças.

No capítulo do perdão da dívida externa, grande objectivo de Bissau, o ministro das Finanças, afirmou que foi dado um passo gigante. Segundo Mário Vaz, as autoridades guineenses já cumpriram todos os critérios traçados no programa, assim como todas as metas quantitativas e medidas estruturais para que o país possa ver a sua dívida perdoada.

O chefe da missão do FMI que teve início dia 16 de Setembro, Paulo Drummond, adiantou que o desempenho «satisfatório» no âmbito do programa e progressos inseridos na iniciativa HIPC ajudarão a assentar as bases para que a Guiné-Bissau atinja o ponto de conclusão no final do ano. Paulo Drummond considera que o alívio da dívida no âmbito da iniciativa HIPC e da iniciativa de Alívio Multilateral, em combinação com o alívio da dívida adicional dos credores bilaterais, atenuarão o peso do endividamento e ajudarão a restaurar a sustentabilidade externa e fiscal do país.

Lassana Cassamá
(c) PNN Portuguese News Network

terça-feira, setembro 28, 2010

Angola apoia reforma na Guiné-Bissau com $ 30 milhões

Angola já concedeu à Guiné-Bissau 30 milhões de dólares americanos para a reforma do setor da defesa e segurança deste país, anunciou em Nova Iorque, o secretário de Estado angolano para as Relações Exteriores, George Chicoty.

No termo dum encontro com o grupo de acompanhamento e contato sobre a situação na Guiné-Bissau, George Chicoty afirmou a disponibilidade de Angola para ajudar a Guiné-Bissau.

Afirmou que Angola já ajudou este país no passado e continuará a fazê-lo, acrescentando que o encontro de Nova Iorque devia permitir ver como prosseguir o processo destinado a restaurar a estabilidade e a segurança na Guiné-Bissau.

"Queremos que a situação mude na Guiné-Bissau. Que haja um compromisso das autoridades bissau-guineenses para que a comunidade internacional possa mobilizar-se a seu favor. Este é o espírito geral", sublinhou George Chicoty, cujo país preside à Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).

Participaram na reunião do grupo de acompanhamento e contato da Guiné-Bissau, a Alemanha, o Brasil, o Burkina Faso, Cabo Verde, a Espanha, França, a Gâmbia, Portugal, a Nigéria, o Senegal, bem como as Nações Unidas, a União Africana (UA), a União Europeia (UE) e o Banco Mundial (BM).

sábado, setembro 18, 2010

FMI avalia facilidades de concessão crédito à Guiné-Bissau

Uma missão do Fundo Monetário Internacional (FMI) está em Bissau para avaliar as facilidades de concessão de crédito alargado ao Governo da Guiné-Bissau, soube a PANA sexta-feira de fonte oficial.

De acordo com uma nota de imprensa do Ministério das Finanças, a missão chefiada por Paul Drumond, que chegou quinta-feira a Bissau, terá encontros com as autoridades locais para as primeiras avaliações no quadro dos arranjos de facilidades de crédito alargado à Guiné-Bissau.

A missão do FMI, que permanecerá até 29 de Setembro em Bissau, "permitirá aos seus técnicos chegar à conclusão do ponto de consecussão das iniciativas para os países pobres altamente endividados".

Na sua fase final, a missão do FMI fará a apresentação pùblica das conclusões preliminares durante uma conferência de imprensa no Ministério das Finanças.

Fonte; Pana

Guiné-Bissau: Governo liquida Empresa de Electricidade e Água

Bissau – O Governo guineense anunciou a liquidação da empresa pública Empresa de Electricidade e Água da Guiné-Bissau (EAGB), possibilitando assim, a participação de capital privado.
A medida foi tornada pública esta quarta-feira, em Bissau, pela ministra do Plano e Integração Regional, Helena Nosoline Embalo, no âmbito da cerimónia de assinatura de um protocolo de acordo com o Banco Mundial (BM), no quadro do projecto de reabilitação dos sectores da energia e água em Bissau.

O referido protocolo, rubricado pela titular da pasta da Economia e pelo Director de Operações do Banco Mundial para a Guiné-Bissau, Habib Fetini, é estimado em mais de 12 milhões de dólares. De destacar algumas medidas do projecto como a separação entre os serviços públicos de fornecimento de electricidade e de água assim como a separação entre meio rural e urbano, no que diz respeito ao fornecimento de luz e água.

De acordo com a ministra da Economia, o Governo pretende com esta iniciativa criar bases para a segurança e sustentabilidade económicas no sector, que igualmente irá requerer o saneamento e a reestruturação dos serviços de produção e distribuição de água e energia, através de uma participação do sector privado.

Nesta perspectiva, a governante salientou, que o fornecimento regular de energia e água à população a preços acessíveis continua a ser um dos principais desafios do Governo, com o apoio de parceiros internacionais, tendo-se já dado importantes passos neste sentido.

Foi neste sentido que, em 2008, o Executivo disse ter conseguido apoios do Banco Mundial e do Banco Oeste Africano de Desenvolvimento para o lançamento de um projecto multi-sectorial de reabilitação de infra-estruturas, no valor de 25 milhões de dólares, com vista a garantir a capacidade de produção da empresa de electricidade na ordem dos 5,5 MW, através da compra e aluguer de geradores, a reabilitação de 76 quilómetros de redes eléctricas de média e baixa tensão, assim como uma extensão de 52 quilómetros de distribuição da rede de água, a construção de 2 169 ramais e 58 furos para os bairros mais populosos da capital.

O apoio à reestruturação da gestão comercial e financeira da EAGB e o fornecimento de 2 400 kits com contadores à referida empresa são, entre outros, propósitos agendado pelo Governo para o melhor funcionamento da maior e a única empresa de luz e água na Guiné-Bissau.

«Enquanto continuar a falta generalizada de energia e água, a Guiné-Bissau dificilmente vai sair do círculo recorrente de pobreza e nem poderá atingir o progresso sócio económico esperado para a consolidação da paz, assim como o relançamento da economia nacional», reconheceu a ministra da economia nacional.

Por outro lado, Helena Embalo referiu que na Guiné-Bissau, o preço da electricidade é mais alto relativamente ao que se pratica na sub-região, tendo acrescentado que «a taxa de electrificação do país é excessivamente baixa, situando-se na ordem dos 17 por cento, com um desproporção acentuada entre as zonas urbanas e rurais na Guiné-Bissau, contra os 30 por cento praticados na CEDEAO».

Segundo os últimos dados do recenseamento geral da população de 2009, das 176 500 habitações recenseadas em todo território nacional, apenas cerca de 7 500 têm água potável.

Fonte: Jornaldigital

quinta-feira, setembro 09, 2010

Banco Mundial financia sector eléctrico de Bissau com 9,97 milhões



O Banco Mundial vai financiar com 12,7 milhões de dólares (9,97 milhões de euros) a reabilitação do sector eléctrico de Bissau, no âmbito de um acordo a assinar na próxima semana.


 
O acordo é assinado na terça-feira pela ministra da Economia guineense, Helena Embalo, e pelo director de Operações do Banco Mundial para o país, Habib Fettini.

A verba servirá para financiar o Projecto de Emergência de Reabilitação do Sector de Electricidade e Águas de Bissau no âmbito do Projecto Multissectorial de Reabilitação de Infra-estruturas.

A Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental e a União Económica Monetária dos Estados da África Ocidental também atribuíram um donativo de 10 milhões de dólares (7,85 milhões de euros) em Agosto no âmbito deste projecto.

A capital da Guiné-Bissau não tem fornecimento permanente de energia eléctrica nem água canalizada. Nas restantes regiões do país o fornecimento é inexistente.

A falta de abastecimento público de energia eléctrica é considerada um dos principais obstáculos ao desenvolvimento económico da Guiné-Bissau.

Fonte: OJE

Empresários espanhóis investem na Guiné-Bissau

Um grupo de empresários da região espanhola da Catalunha está na Guiné-Bissau, onde pretendem investir nos sectores do turismo, transporte aéreo, obras públicas e pesca, de acordo com um elemento do grupo, o empresário José Maria Torres.

 
Falando para a imprensa à saída de uma audiência com o primeiro-ministro guineense, José Maria Torres disse que a delegação, composta por 16 empresários de diferentes ramos de actividade, veio a Bissau de propósito com o objectivo de informar o Governo guineense das suas perspectivas para o país.

"Viemos apresentar ao primeiro-ministro e aos ministros todos os empresários e os projectos que temos em carteira para a Guiné-Bissau. Temos projectos nos sectores das pescas, obras públicas, engarrafamento de água, turismo, transporte aéreo e material de construção", afirmou Maria Torres.

Questionado sobre a data de início das operações da companhia aérea que deverá ligar Bissau e Madrid, passando por Lisboa, José Maria Torres disse que dentro de dois ou três meses será uma realidade.

"Sobre a companhia área, segundo nos informou o primeiro-ministro, poderemos assinar um acordo com o Ministério da Economia dentro de 15 dias, depois disso, penso que poderemos começar a operar entre a Guiné-Bissau e Espanha, dentro de dois, três meses", enfatizou o empresário espanhol.

Recentemente a companhia aérea espanhola Avicargas, das ilhas Canárias, iniciou voos de ligação semanal entre Bissau e Las Palmas, passando por Lisboa, mas transportando apenas cargas.

A também espanhola Agrogeba tem um investimento de cerca de 4 milhões euros, aplicado em exclusivo na produção do arroz para o consumo na Guiné-Bissau. A empresa está instalada na região de Bafatá, no leste da Guiné-Bissau, e conta ter a sua primeira produção de arroz ainda este ano.

"O Governo mostrou-nos que está animado com a nossa presença aqui e prometeu facilidades e apoios para que os investidores espanhóis possam se instalar aqui. O Governo está aberto para nos ouvir e apoiar", indica José Maria Torres.
Fonte: OJE

quarta-feira, agosto 04, 2010

Hillary lamenta corrupção e barreiras comerciais da África

WASHINGTON (Reuters) - As barreiras comerciais, a falta de infraestrutura e a corrupção estão prejudicando os esforços para ampliar e diversificar o comércio da África, disse na terça-feira a secretária norte-americana de Estado, Hillary Clinton.
Prometendo ajudar o continente a superar a pobreza, Hillary disse que a estratégia de comércio e desenvolvimento do governo de Barack Obama salienta "o estímulo a mercados regionais dentro da África, o aumento do comércio e da eficácia da ajuda e trabalho com governos parceiros para promover reformas estruturais e uma gradual liberalização do mercado".
Ela disse a um fórum anual sobre o comércio EUA-África que a Lei de Crescimento e Oportunidades Africanas (Agoa, na sigla em inglês), que dá isenção tributária a mais de 6.400 produtos de países da África Subsaariana nos EUA, não gerou a expansão comercial esperada.
"Derivados de petróleo ainda respondem pela vasta maioria das exportações para os Estados Unidos, e não vimos a diversificação ou o crescimento das exportações que a Agoa deveria estimular", disse ela a uma plateia de políticos e empresários africanos.
O representante de comércio exterior dos EUA, Ron Kirk, disse na segunda-feira que a Agoa deve ser renovada pelo Congresso antes de expirar, em 2015, mas que dificilmente se tornará algo permanente. Entidades comerciais africanas dizem que a natureza temporária do programa desestimula investimentos de longo prazo no continente.
Hillary afirmou que a economia da África Subsaariana deve crescer neste ano mais do que as da América do Sul, Europa e EUA. Mas ela lamentou que uma região com 12 por cento da população mundial responda por menos de 2 por cento do PIB global.
"Muitos dos principais desafios da África - de infraestrutura inadequada a instabilidade política e corrupção - também apresentam oportunidades para soluções de mercado, parcerias criativas e ação responsável do governo, que poderiam produzir um fundamento mais seguro para o desenvolvimento da África."
Ela acrescentou que a região precisa melhorar suas estradas, seu transporte aéreo e suas redes elétricas, para favorecer o comércio e o empreendedorismo. Segundo ela, a corrupção custa cerca de 150 bilhões de dólares por ano para a África, "afasta investimentos, coíbe a inovação e desacelera o comércio".
Hillary citou negativamente também as tarifas elevadas, a corrupção nas alfândegas e a burocracia.
Como um exemplo positivo ela mencionou a Comunidade do Leste Africano, que incorpora Quênia, Tanzânia, Uganda, Ruanda e Burundi num mercado de 127 milhões de pessoas, com PIB conjunto de 73 bilhões de dólares. O bloco aumentou seu comércio em 50 por cento desde que estabeleceu um mercado comum, em 2005, além de reduzir tarifas e harmonizar suas regras empresariais.

terça-feira, julho 27, 2010

Presidente da Comissão da União Africana destaca recuperação económica



Kampala - A economia de África registou no ano passado um crescimento de 1.6 porcento, estando previsto para este um aumento em 4.7 porcento. Segundo o presidente da Comissão da União Africana (UA), Jean Ping, o continente africano retomou a sua recuperação, noticia, nesta segunda-feira (26), o jornal moçambicano Notícias.

Falando na abertura da XV sessão da assembleia da União Africana (cimeira de chefes de Estado e de Governo da organização continental), Jean Ping indicou que 13 países membros registarão um crescimento de 6 a 11 porcento. De entre estes Estados conta-se o Uganda, com 7.9 porcento, e a Etiópia, com 11 porcento.

No entanto, para consolidarem esta tendência de crescimento os países africanos deverão tomar medidas como o aumento de investimentos em infra-estruturas, de forma a estimular a produção, reduzir dificuldades para a sua distribuição e promover o comércio entre os países africanos, informa o enviado do Notícias à cimeira da União Africana, reunida no Uganda.

A comissão da União Africana mobilizou, com o apoio do Banco Africano de Desenvolvimento (AfDB) 7.8 milhões de euros para viabilizar a visão continental do desenvolvimento de infra-estruturas até 2030. Neste âmbito, a Comissão Africana lançou no sábado o Programa de Desenvolvimento de Infra-Estruturas em África (PIDA) preparado em colaboração com o AfDB e a NEPAD.

Outra medida que os países africanos deverão tomar para consolidar o crescimento da economia, segundo Jean Ping, tem a ver com o melhoramento da segurança alimentar que continua a ser um elemento chave no quadro do Programa de Agricultura Global e Segurança Alimentar (GAFSP). Isto conduziria a que “nenhuma criança morra de fome em África a partir dos próximos cinco anos”. Para que isso aconteça, o G8 comprometeu-se a aumentar a sua ajuda em 22 biliões de dólares até 2012.

Perante os lideres africanos, reunidos em Munyonyo, Kampala, Jean Ping indicou que África está a ganhar uma importância estratégica e por isso a atrair a atenção de uma diversidade de parceiros que tem vindo a “bater as portas”, mostrando o seu interesse com cooperar com o continente com base numa parceria mutuamente vantajosa.



Fonte: Africa 21