quarta-feira, março 17, 2010

País tem "potencial real" para o investimento - Galp Energia


O responsável pela Galp Internacional, Carlos Bayan Ferreira, disse hoje à agência Lusa que a Guiné-Bissau tem um "potencial real" para o investimento e é possível as empresas ficarem, "desde que sejam sérias".
"Penso que nós [Galp Energia] podemos ser um exemplo de que é possível na Guiné as empresas ficarem desde que sejam sérias e tenham uma perspetiva de que não se ganha o dinheiro de um dia para o outro", afirmou Carlos Bayan Ferreira.
"Nós somos uma empresa que está quase há 50 anos na Guiné e nunca saímos da Guiné", referiu, sublinhando que a Galp Energia ficou porque realmente acredita no país.
"Acreditávamos no país e pensamos que a nossa aposta está ganha", sublinhou.
"Neste momento temos uma posição na Guiné, que é uma posição estável, temos um grupo de empresas que ganha dinheiro, temos boas relações com o Estado da Guiné, somos cumpridores da legislação e da legalidade e isso permitiu-nos ficar na Guiné ao longo destes anos todos", explicou o responsável.
Segundo Carlos Bayan Ferreira, a Galp Energia vai continuar a investir no país e a "aproveitar as oportunidades".
"Acima de tudo, queremos ser um fator de estabilidade no país. Sem combustível nenhum país vive e nós temos sido um fator de estabilidade. Quando os outros não têm, nós temos sempre", salientou.
Sobre a situação de estabilidade no país, o diretor da Galp considerou que ainda existem "algumas feridas abertas que não estão completamente saradas".
"O que esperamos é que essas feridas não reabram nunca e se caminhe com o apoio da comunidade internacional para se curarem definitivamente essas feridas", afirmou.
"A Guiné-Bissau tem um potencial real e é preciso que haja estabilidade e que o país tenha oportunidade para desenvolver esse potencial", concluiu.
O primeiro ministro da Guiné-Bissau termina hoje uma visita oficial a Portugal com o objetivo de reforçar a cooperação entre os dois países e relançar a economia no país.
Depois de um jantar, na terça feira, com a Associação Industrial Portuguesa, Carlos Gomes Júnior abre hoje um seminário empresarial na Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP).
Fonte: O Destak

Mesa-redonda de doadores em Outubro


Lisboa - O Primeiro -ministro da Guiné-Bissau, Carlos Gomes Júnior, disse hoje  (terça-feira) que a mesa redonda de doadores para apoiar o desenvolvimento do país deverá ocorrer em Outubro. 

"Em Outubro estamos a programar uma mesa redonda mais ampla que não visará somente a reforma do sector de defesa e segurança, mas visará também o crescimento económico (...) a questão do narcotráfico, o crime organizado", disse Carlos Gomes Júnior. 
 
"Uma mesa redonda para a qual contaremos com o apoio forte de Portugal, da União Europeia e dos nossos principais parceiros de desenvolvimento", acrescentou. 
 
O Primeiro-ministro guineense falava no final de um encontro com o Presidente português, Cavaco Silva, no âmbito de uma visita oficial de dois dias que está a realizar a Lisboa.  
 
Sobre a reunião de alto nível a realizar a 06 de Junho, em Nova Iorque, na sede das Nações Unidas, Carlos Gomes Júnior explicou que servirá para "discutir com os parceiros a criação de um fundo de pensões". 
 
O fundo de pensões é um "pacote estimado em cerca de 35 milhões de euros" para pagar as pensões dos militares que vão sair das forças armadas guineense após a reforma daquele sector. 
 
"Para quando fizermos a reforma nas forças armadas os militares que forem para a reforma possam ter uma pensão condigna", disse. 

Fonte: ANGOP

AIP destaca Guiné-Bissau como plataforma para oportunidades de negócios

O presidente da Associação Industrial Portuguesa (AIP), Jorge Rocha de Matos, destaca a importância da Guiné-Bissau como plataforma para oportunidades de negócios na Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO).
 
A Guiné-Bissau faz parte do espaço da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental e da União Económica e Monetária Oeste-Africana, recorda Jorge Rocha de Matos, afirmando que tal "significa que cada país da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa [CPLP] que faz parte de um espaço de integração regional constitui uma importante plataforma para um mercado mais vasto e que importa potenciar conjuntamente".

No aspecto bilateral, e apesar de Portugal e a Guiné-Bissau manterem relações comerciais, Jorge Rocha de Matos considera que estas "têm um potencial que está longe de ser explorado. Existe aqui um espaço de oportunidade para uma parceria bilateral, tanto a nível comercial como do investimento".

"Creio que temos um conjunto de áreas e sectores em relação aos quais faz todo o sentido desenvolver esta parceria entre Portugal e a Guiné-Bissau, envolvendo investimento privado e cooperação".

Os sectores do turismo, alimentar, agro-indústria, pescas, construção, infra-estruturas, tecnologias da informação e da comunicação são algumas das áreas apontadas por Jorge Rocha de Matos como "oportunidades de negócio" na Guiné-Bissau.

Jorge Rocha de Matos falava num jantar oferecido pela Associação Industrial Portuguesa ao primeiro-ministro da Guiné-Bissau, Carlos Gomes Júnior, que termina hoje a visita oficial a Portugal.

Para o primeiro-ministro guineense o encontro organizado pela AIP é de "suma importância, porque é uma aproximação com a classe empresarial portuguesa". "Desde a nossa chegada que temos sido bem acolhidos e os contactos têm sido promissores. Estamos esperançados", acrescentou Carlos Gomes Júnior.
Fonte:OJE/Lusa

quarta-feira, março 10, 2010

Guiné-Bissau paga parte da dívida a empresários locais



OJE/Lusa

O governo da Guiné-Bissau deu hoje ao sector privado 3,5 biliões de francos CFA (4,5 milhões de euros) como parte da dívida contraída com os empresários locais entre 1974 e 1999.

O total da dívida contraída entre aquelas datas é de cerca de 18 biliões de francos CFA (27,4 milhões de euros).

O acordo para o pagamento da chamada dívida auditada foi hoje rubricado pelo ministro das Finanças guineense, José Mário Vaz, e pelo presidente da Câmara do Comércio, Indústria e Agricultura (CCIA), Braima Camará.

O ministro das Finanças disse que com esse dinheiro, a ser mobilizado junto dos bancos comerciais de Bissau, o governo pretende "dar um novo fôlego" à actividade económica no país e consequentemente "ajudar o sector privado".

"Dissemos, no ano passado, que 2010 seria o ano do sector privado, depois de termos regularizado o pagamento dos salários (aos funcionários públicos) e termos liquidado a nossa dívida para com a banca comercial", afirmou Mário Vaz.

Segundo o ministro das Finanças, a partir do pagamento parcial da dívida, o sector privado do país estará em condições de participar na campanha de comercialização da castanha do caju, principal produto de exportação do país, cujo lançamento esta previsto para o diz 27 deste mês.

Para o presidente do CCIA, os empresários da Guiné-Bissau poderão a partir de agora pensar no relançamento da sua actividade "bastante afectada há vários anos" e ainda "ajudar no processo de desenvolvimento, com o pagamento dos impostos".

Braima Camará defendeu ainda que sem o pagamento, mesmo que parcial, da dívida do governo ao sector privado "seria difícil que os empresários" tomassem parte na campanha de comercialização da castanha do caju.

sábado, março 06, 2010

FMI elogia desempenho macroeconómico

O Fundo Monetário Internacional (FMI) considerou satisfatório o desempenho macroeconómico do Governo da Guiné-Bissau no ano passado, apesar das condições adversas internas e externas e anunciou um acordo preliminar.

O chefe da delegação do FMI afirmou que, se forem tomadas, este ano, algumas medidas, o país pode ter ainda mais apoios.

Paulo Drumond disse que o “acordo preliminar de financiamento” do FMI ao Governo, a ser concedido nos próximos três anos, deve ser assinado em Março. Uma das áreas do programa do Governo que vai beneficiar do financiamento é a reforma da administração pública, do sector da defesa e segurança.

O Governo prometeu “um forte investimento” - cerca de 60 por cento dos recursos gerados no país - nas áreas da educação, saúde, agricultura e infra-estruturas públicas. Se a Guiné-Bissau tiver “um bom desempenho”, ao abrigo do acordo, tem boas hipóteses de conseguir, ainda este ano, a inclusão na lista de nações beneficiárias da iniciativa HPPIC destinada a países pobres e altamente endividados.

O Governo da Guiné-Bissau liquidou os mais de 14 mil milhões de francos CFA que tinha em dívida para com os bancos comerciais do país.

Agora estão agora criadas condições para que o sector bancário possa fazer um empréstimo aos operadores económicos nacionais, na campanha de comercialização da castanha de caju que se avizinha.

A castanha de caju é o produto de maior rentabilidade na balança da economia guineense.

Quanto ao pagamento da dívida interna, no valor de 3,5 milhões de francos CFA, já foi criada uma comissão e os trabalhos preparativos para o embolso estão em curso.

“Vamos pagar somente as dívidas auditadas pelos consultores internacionais. O pagamento das restantes depender das auditorias que vão sendo feitas”, afirmou uma fonte do Ministério das Finanças
 
Fonte: Jornal de Angola

Guiné-Bissau tem "janela de oportunidade sem precedentes"- chefe da Missão da ONU

O chefe da Missão Integrada das Nações Unidas na Guiné-Bissau (UNIOGBIS) afirmou hoje perante o Conselho de Segurança das Nações Unidas que a estabilidade política e a atenção internacional criaram uma "janela de oportunidade sem precedentes" para o país.

Joseph Mutaboba, chefe de missão e representante do secretário geral na Guiné-Bissau, compareceu esta manhã perante o Conselho de Segurança, na sede da ONU em Nova Iorque, para apresentar o último relatório das Nações Unidas sobre o país, divulgado esta semana.

No centro da "agenda de estabilização e desenvolvimento" da Guiné-Bissau, afirmou, está a reforma do setor de segurança, que já conta com um pacote legislativo na Assembleia Nacional e com uma equipa de apoio da UNIOGBIS quase completa, que em breve irá lançar um "plano de ação para a paz e desenvolvimento", com objetivos específicos para avaliar os progressos.

"O ano de 2010 para a Guiné-Bissau é um ponto de viragem. A comunidade internacional e as autoridades nacionais estão cientes de que as coisas têm de ser feitas e feitas da maneira certa", disse Joseph Mutaboba à Lusa, após a reunião.

De acordo com uma declaração emitida pelo Conselho de Segurança após a reunião, a missão irá assumir "papel de liderança" no apoio à reforma da segurança, com enfoque na polícia, nos programas transversais ao setor e na mobilização de recursos.

Para Mutaboba, exemplos da estabilização política são a recente nomeação (a 11 de fevereiro) do líder da oposição Kumba Yalá para o Conselho de Estado e a criação de comissões parlamentares para a revisão da Constituição e da legislação local, a pedido da oposição.

No plano financeiro, o representante sublinhou que as reformas fiscais ganharam andamento e que, pela primeira vez desde 2004, o governo tinha em dia os salários dos funcionários públicos.

Salientou ainda que o país está prestes a atingir o ponto de conclusão da Iniciativa para os Países Altamente Endividados (HIPC, na sigla inglesa), que representaria um perdão de dívida de perto de 700 milhões de dólares, equivalente ao total atual.

Mas também alertou para o "difícil ambiente regional" com que a Guiné-Bissau se depara, que inclui golpes militares, conflitos étnicos e interreligiosos, tráfico de droga, depredação de recursos naturais e pesca ilegal.

Maria Luiza Ribeiro Viotti, embaixadora brasileira junto da ONU que chefia a Comissão para a Configuração da Paz na Guiné-Bissau, sublinhou a necessidade de articular a reforma de segurança com a criação de empregos, principalmente entre os jovens, e com a revitalização da economia.

Alertou ainda para a necessidade de aprovação "expedita" da segunda tranche de recursos do Fundo para a Construção da Paz, para que a Guiné-Bissau possa "consolidar ganhos e fazer mais progressos", tendo em atenção a capacidade de absorção do país e a coordenação entre os diferentes doadores.

A Guiné-Bissau foi representada pelo embaixador Alfredo Lopes Cabral, que sublinhou o facto de o governo estar a pagar salários e a dialogar com a oposição.

O sistema de segurança é a "principal prioridade", mas também a administração pública deverá ser alvo de reforma, tendo em vista torná-la "escrupulosamente transparente".

Quanto ao tráfico de droga, a Polícia Judiciária tem hoje "mais recursos para combater o flagelo que afeta toda a região", adiantou Lopes Cabral.