sexta-feira, dezembro 17, 2010

Africa- Expansao da Economia transforma oito Paises em " Leoes Africanos" diz relatorio

Um relatório da consultoria Boston Consulting Group (BCG) chama atenção para o “despertar” da economia africana, em particular para oito países com taxas de crescimento semelhantes ou até maiores que as das principais economias emergentes.
Segundo o estudo, apresentado em Casablanca, no Marrocos, desde 1998, as 500 maiores empresas africanas fora do setor bancário cresceram 8,3% ao ano.
Esse desempenho foi impulsionado pelas exportações, cujo crescimento anual passou de 3% nos anos 90 para 18% desde 2000, diz a consultoria.
Mas o relatório destaca 40 empresas, todas elas localizadas em países chamados de “leões africanos”, que, na opinião do instituto de pesquisas, merecem mais atenção do que recebem dos investidores internacionais.
A pesquisa analisou mais de 600 companhias atuando em todos os setores da economia. Um pente fino inicial reduziu a lista para 70, que foram então reduzidas para 40 após uma avaliação de seus fundamentos e de seu desempenho.
“Há, é claro, muito mais de 40 companhias africanas dignas de nota”, disse o diretor do BCG em Casablanca, Patrick Dupoux. “A lista foca naquelas com ambições globais.”
Os leões africanos são Argélia, Botsuana, Egito, Líbia, Ilhas Maurício, África do Sul e Tunísia.
Juntos, eles responderam por 70% do Produto Interno Bruto (PIB) africano em 2008 e têm em comum estatísticas mais positivas de poder de compra, ambiente de negócios e estabilidade política.
“Se alguns países tiraram proveito da alta dos preços das matérias-primas, a maioria dos ‘leões’ se beneficiou de uma maior estabilidade política, a emergência de um consumidor africano e a implementação de política públicas que incentivam o investimento privado”, disse Dupoux.
Em 2008, o PIB per capita desses países foi de US$ 10 mil, comparado com a média de US$ 8,8 mil dos Bric.
Desafiadoras
Das 40 companhias que a consultoria chama de challengers – desafiadoras da ordem vigente, na visão da consultoria –, 18 estão na África do Sul. Os outros países com maior número de empresas são Egito (7) e Marrocos (6).
A lista inclui gigantes com presença mundial, como o grupo de bebidas SAB Miller, a mineradora Anglo American e financeira Old Mutual, todas com sede na África do Sul.
Mas outras empresas com importância regional ou presente em outros países também fazem parte da lista – por exemplo, a fabricante sul-africana de medicamentos Aspen Pharmacare, a egípcia Orascom Telecom e o angolano Banco Africano de Investimentos, que recentemente expandiu suas operações no Brasil.
Poucas pessoas reconhecem que uma nova geração de companhias africanas está pronta para fazer uma grande estreia no cenário global. Estas companhias estão seguindo o mesmo caminho de outras dos países dos Bric.
Patrick Dupoux, Boston Consulting Group Casablanca
Oito delas se beneficiam da riqueza de recursos naturais da África, continente que abriga 82% das reservas de platina, 55% das reservas de diamante e mais de 50% das reservas de fosfato do mundo.
Além disso, argumenta o relatório, as companhias souberam tirar proveito do crescimento africano da última década. Mesmo em plena crise, a economia africana cresceu 2% em 2009, contrariando tendências contrárias no resto do mundo.
No mesmo ano, Estados Unidos, União Europeia e América Latina registraram retrações de 4%, 2,8% e 1,5%, respectivamente.
Surfando nesta onda, calcula o BCG, as 40 challengers tiveram em 2008 um incremento de 24% no seu faturamento anual, contra 11% das empresas listadas no índice S&P da bolsa americana, por exemplo.
“Poucas pessoas reconhecem que uma nova geração de companhias africanas está pronta para fazer uma grande estreia no cenário global. Estas companhias estão seguindo o mesmo caminho de outras dos países dos Bric”, observa Dupoux.
Apesar disso, o analista acredita que poucas destas empresas podem ser consideradas “verdadeiramente globais” e, portanto, demonstram um grande potencial.
“Estamos confiantes em que elas podem superar essa nova fronteira se alcançarem excelência nas suas operações, ampliar seu alcance através de aquisições no exterior, criarem uma força de trabalho global e adquiriram marcas globais”, diz o analista.
Fonte: BBC

quarta-feira, dezembro 15, 2010

Guiné-Bissau: FMI concorda com perdão da dívida guineense

Washington - O Fundo Monetário Internacional (FMI) anunciou terça-feira, estar de acordo com o perdão da dívida da Guiné-Bissau, faltando agora a aprovação do Banco Mundial.
Esta segunda-feira, o comité executivo do FMI esteve reunido e acabou por decidir dar o seu acordo de princípio de que a Guiné-Bissau «deu os passos necessários» para atingir o ponto de conclusão da iniciativa de apoio aos países altamente endividados (HIPC). No dia 16 de Dezembro o conselho executivo da Associação Internacional para o Desenvolvimento, do Banco Mundial, decidirá se também concorda com o perdão da dívida guineense.

A dívida externa da Guiné-Bissau está calculada em 1,5 mil milhões de dólares (1,14 mil milhões de euros). Desde 2001 que o país tem tentado, sem êxito, cumprir com os critérios para que possa beneficiar de um perdão que pode ascender, de acordo com as Nações Unidas, a cerca de metade deste montante, perto de 700 milhões de dólares.

Na reunião de segunda-feira do FMI, foi ainda aprovado um novo apoio financeiro de 3,71 milhões de dólares, elevado para 15,83 milhões de dólares o apoio total a Bissau.

Fonte: PNN Portuguese News Network

quinta-feira, dezembro 09, 2010

Angola-EUA: Um beliscão na parceria estratégica

As relações entre Angola e os Estados Unidos, marcadas pela assinatura em Julho de um acordo para o estabelecimento de uma parceria estratégica, registam desde Novembro um abanão que o mais iluminado vidente não poderia prever.

Um levantamento conduzido pelo comité de Investigação do Senado dos EUA forçou bancos locais a encerrarem em catadupa as contas bancárias da embaixada de Angola e do seu staff em Washington. O "leit motiv" foi a tentativa de transferência, em 2002, de 50 milhões de dólares, ordenada por Aguinaldo Jaime, ao tempo governador do Banco Nacional de Angola (BNA).

Apesar das explicações que seis anos depois prestou a oficiais da embaixada norte-americana em Luanda, os peritos daquele comité tomaram a sua iniciativa como suspeita.

Aguinaldo Jaime disse ao semanário angolano Novo Jornal que não fazia sentido levantar uma questão que já tinha sido sumamente explicada. Segundo ele, a operação visava equilibrar a balança de pagamentos, tendo a iniciativa recebido respaldo do Conselho de Ministros.

«A primeira opção que tentámos concretizar passava pela compra de Títulos do Tesouro norte-americano, exactamente porque são os que apresentam menos riscos, operação que foi rejeitada pelas autoridades americanas; depois tentámos abrir uma conta, em que eu era um dos signatários (a ideia era impedir que alguém movimentasse os valores de forma incógnita), para transferir uma garantia de 50 milhões de dólares, operação que também foi rejeitada».

A segunda rejeição levou as duas partes a cancelarem a operação. Porém, foi exactamente a segunda tentativa que fez soar o alarme em Washington. Investido de poderes para investigar a questão de lavagem de dinheiro e operações de financiamento de terrorismo, em Novembro do ano passado, aquele comité do Senado solicitou ao Governo de Angola explicações sobre o incidente.



Fonte: Africa21