sexta-feira, outubro 30, 2009

Guiné-Bissau: Banco Mundial apoia a cooperação



Bissau – O Banco Mundial (BM) anunciou esta quinta-feira que vai disponibilizar à Guiné-Bissau mais de 66 milhões de dólares.

O Director-Adjunto do Banco Mundial para a Guiné-Bissau, McDonald Benjamin (na foto) disse esta quinta-feira em Bissau, em declarações à PNN, que a referida ajuda financeira será destinada aos sectores de saúde, agro-pecuária, Policia Judiciária e sector privado.

O responsável do Banco Mundial, que se encontra no país no âmbito do encontro de actualização da estratégia nacional para a redução da pobreza, falou também sobre a situação energética do país. McDonald Benjamin aconselhou o Governo, e em particular a Empresa de Electricidades e Águas da Guiné-Bissau (EAGB), a superar a sua capacidade de produção interna. Revelou ainda que, graças ao apoio do BM a empresa consegue fornecer 5,5 Mw, razão pela qual disse haver necessidade de empreender mais esforços por parte da empresa.

Relativamente à situação política no país, o Director-Adjunto do Banco Mundial para a Guiné-Bissau traçou um quadro positivo, afirmando que a instituição vai manter o seu compromisso de continuar apoiar a Guiné-Bissau, uma vez que foi demonstrado interesse pelas novas autoridades guineenses.

Sumba Nansil

quinta-feira, outubro 29, 2009

Estado deverá fazer "pagamento parcial" da dívida ao sector privado até ao final do ano



Bissau - O presidente do Conselho Empresarial da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), Braima Camará, afirmou hoje (quinta-feira) que até ao final do ano deverá ser feito o "pagamento parcial" da dívida do Estado da Guiné-Bissau aos privados.

"Temos a promessa do Governo da Guiné-Bissau em regularizar os atrasados internos do sector público ao sector privado", afirmou Braima Camará, que é também presidente da Câmara de Comércio, Indústria e Agricultura da Guiné-Bissau, em declarações aos jornalistas à saída de uma audiência com o Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, no Palácio de Belém.

Ainda de acordo com Braima Camará, até ao final deste ano deverá ser feito o "pagamento parcial" dessa dívida.

"O primeiro-ministro prometeu ao sector privado que antes do Natal deste ano far-se-ia o pagamento parcial da dívida do Estado ao sector privado, para que o sector privado possa relançar as suas actividades económicas e financeiras na Guiné-Bissau", revelou.

Questionado sobre se o facto do Presidente da Guiné-Bissau e do Governo serem agora do mesmo partido poderá facilitar o desenvolvimento do país, Braima Camará reconheceu que o diálogo se torna "muito mais fácil".

"Penso que a Guiné-Bissau já está numa nova era, virou a página, temos um Presidente, um primeiro-ministro e membros do Governo do mesmo partido.

Quando é assim, a conciliação é muito mais fácil", enfatizou, considerando que agora estão criadas todas as condições para a Guiné-Bissau transformar as oportunidades que tem em "ganhos reais".

Relativamente ao encontro da direcção do conselho empresarial da CPLP com o Presidente da República, Braima Camará adiantou que se tratou de uma audiência para a direcção dar conta das últimas actividades do conselho empresarial.

Fonte: ANGOP

Economia dos EUA anima e dólar tem maior queda em 3 meses



Por Silvio Cascione SÃO PAULO (Reuters) - O fim da maior recessão em 70 anos nos Estados Unidos estimulou os investidores a correr mais riscos nesta quinta-feira, o que derrubou o dólar aos patamares do início da semana.

A moeda norte-americana caiu 1,37 por cento, para 1,731 real. Foi a maior queda diária em quase três meses.

Após quatro dias de volatilidade, o dólar ainda acumula alta de 0,99 por cento na semana, mas já se distanciou do nível de 1,75 real registrado na véspera.

Indicador mais aguardado da semana, o Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA superou as expectativas e cresceu 3,5 por cento entre julho e setembro, segundo taxa anualizada, após ter registrado contração de 0,7 por cento no trimestre anterior.

O resultado ainda será confirmado por duas revisões, mas foi a senha para a disparada das bolsas de valores e a valorização de moedas emergentes em relação ao dólar.

O principal índice da Bovespa, que desabou 4,75 por cento na quarta-feira, subia mais de 6 por cento no final desta tarde. No exterior, o índice do dólar em relação às principais moedas caía 0,7 por cento e a cesta Reuters-Jefferies de commodities tinha alta de 2,1 por cento.

Nesta sessão, a gangorra pendeu para os investidores com posições vendidas na moeda norte-americana.

Nos mercados futuros de dólar e cupom cambial, os bancos são os principais agentes nessa ponta, com mais de 8 bilhões de dólares. No sentido inverso estão os estrangeiros, com cerca de 6 bilhões de dólares em posições compradas.

Apesar da volatilidade dos últimos dias, a perspectiva é de que o fluxo de dólares para o país continuará.

"Há condições para que a economia local continue ainda com ânimo bem grande, atraindo investidores não só à Bovespa, mas (também) de longo prazo", disse o gerente de câmbio de um banco nacional, que preferiu não ser identificado.

quarta-feira, outubro 28, 2009

DOM MIGLIORE PEDE MAIS JUSTIÇA NAS RELAÇÕES COMERCIAIS COM A ÁFRICA



Nova Iorque, 22 out (RV) - "As condições do comércio internacional devem se adequar às necessidades e aos desafios econômicos que a África enfrenta": foi o que disse o observador permanente da Santa Sé na ONU, Dom Celestino Migliore, na 64ª Assembleia Geral das Nações Unidas, na sede da ONU, em Nova Iorque, sobre a necessidade de uma "Nova cooperação econômica para o desenvolvimento da África".

O representante vaticano sublinhou a necessidade de um maior compromisso em favor da realização de uma nova cooperação econômica e fez um apelo para que os preconceitos sejam banidos de uma vez por todas. "A África não é somente corrupção, golpes de Estado, conflitos regionais. A África demonstrou e demonstra também grande capacidade de gerir os processos de transição para independência ou de reconstrução depois dos conflitos" – frisou Dom Migliore.

Ele ressaltou ainda o papel da África na contribuição de pessoas qualificadas que trabalham nos organismos internacionais ou no âmbito científico, acadêmico e intelectual. "A África - ressaltou Dom Migliore - soube oferecer à comunidade internacional exemplos e valores dignos de admiração e hoje mostra sinais da realização de muitas de suas esperanças".

O representante vaticano sublinhou a necessita de uma maior solidariedade a fim de resolver os problemas que certamente não faltam no continente africano, ressaltando que não se deve permanecer somente no âmbito do assistencialismo, mas ajudar o continente africano a mostrar seu potencial.

Dom Migliore fez um apelo em prol do investimento na agricultura, na economia, e reiterou a necessidade de rever as condições do comércio internacional, criando oportunidades para os produtos africanos.

O arcebispo chamou a atenção para a pobreza em que vivem várias pessoas na África, ressaltando que a maior parte dos países africanos ainda está longe de atingir os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio até 2015, pois existem ainda muitas pessoas que vivem com menos de 1 dólar por dia.

O representante vaticano chamou a atenção para a função ativa que a União Africana pode desempenhar na cooperação com os organismos internacionais, "a fim de que o G20 signifique realmente abertura a novos equilíbrios internacionais; para que seja um forte ponto de referência para a economia mundial, mas sem criar novas exclusões para os países mais pobres" – concluiu Dom Migliore. (MJ)

Análise: inconvenientes do euro mais forte do que o dólar



O real se valorizou 36% em relação ao dólar em 2009. Um recorde absoluto, superior às duas outras moedas que também ficaram mais caras em relação à moeda americana: o rand sul-africano (27%) e o peso chileno (21%).

Mas o real também encareceu em relação ao euro. Só que, ao mesmo tempo, o euro também teve uma valorização em relação ao dólar, o que parece irracional. Desde o início do ano o bilhete verde perdeu 20% do seu valor para o euro, enquanto a moeda europeia perdeu 29% em relação ao real. Muito complicado! Essa valorização do euro ante o dólar é paradoxal.

Mas o fato é que, se o real foi apoiado pela brilhante atuação do Brasil durante a crise, pela solidez do seu sistema bancário, um crescimento esperado de 5% em 2010 e a atração que o País exerce sobre os capitais estrangeiros, nada isso se observa nos corredores do euro. É claro que a Europa sai da crise, mas muito lentamente. Seu crescimento continua débil e o desemprego, na França por exemplo, bate e baterá novos recordes nos próximos meses.

Assim, mesmo se euro e real estão na mesma posição de força em relação ao dólar, os efeitos dessas valorizações não são os mesmas para cada uma das duas moedas. No caso do euro, o presidente do Banco Central Europeu (BCE), Jean-Claude Trichet, grita entusiasmado que "Somos os mais fortes!". O que é não é seguro. Em todo o caso, "somos mais fortes", talvez não signifique que sejamos os "mais astutos".

É certo que o recuo do dólar é explicado pelo colapso da economia americana, sobretudo depois da crise. Obama injetou somas gigantescas de dólares na economia, e isso enfraqueceu a moeda. Há rumores de que "as máquinas de impressão de cédulas" recomeçaram a trabalhar nos Estados Unidos.

São esses fenômenos normais resultantes do simples funcionamento da mecânica monetária mundial? Ou os americanos não teriam dado uma ajuda nisso? O certo é que, no momento, essa fragilidade dá algum fôlego para a economia americana sufocada.

Talvez esse seja um efeito colateral - ou um estrago colateral - da globalização. De fato, num mundo onde as barreiras alfandegárias praticamente desapareceram, o único instrumento que um país dispõe para se proteger é a paridade monetária. Esse seria o cálculo americano.

A fraqueza do dólar aumentou em 20% a capacidade competitiva dos produtos americanos, permitindo que o país continue exportando, apesar da crise. E isso é uma artimanha clássica. Uma moeda fraca facilita a exportação, enquanto pune as importações (os fabricantes do Airbus prefeririam que o euro fosse menos forte).

Além disso, e sempre por causa da globalização, o dólar fraco oferece outra vantagens para a economia americana: lembremos que um dos efeitos da globalização foi lançar no mercado de emprego centenas de milhões de indianos e chineses ganhando dois ou três dólares por dia.

Como as indústrias dos países ricos, onde os empregados são bem remunerados, podem competir com esses países novos? Portanto, uma consequência automática da queda do dólar foi reduzir o custo do trabalho em território americano. Fala-se que algumas fábricas americanas que operam em países distantes já estariam pensando em se repatriar.

Assim, o recuo do dólar e a valorização injustificada do euro, longe de ser uma boa notícia para a Europa, devem ser recebidos como um sinal alarmante. O estranho é que a Europa não parece se preocupar com isso.

A explicação se deve sem dúvida ao caráter singular da maior potência da União Europeia, a Alemanha. Esse país desfruta de uma tal reputação, de uma rede de indústrias de exportação tão vasta, que continua a exportar ativamente, apesar de um euro caro. A Alemanha, assim, não faz nada para acordar os banqueiros de Frankfurt. E o euro continua a sua escalada.

Fonte: ultimo segundo

quarta-feira, outubro 14, 2009

Dados económicos do governo "não têm credibilidade", afirma economista

Cidade da Praia, 14 Out (Lusa) - O economista cabo-verdiano Paulo Monteiro Júnior, mestre em Econometria, afirmou hoje à Agência Lusa que os dados económicos apresentados ultimamente pelo Governo de Cabo Verde "não têm credibilidade", defendendo que a economia do arquipélago "atravessa uma fase má".

Numa entrevista à Lusa, Paulo Monteiro Jr, pós-graduado em Economia Europeia e licenciado em Economia, ambas pela Universidade de Bruxelas, disse que a situação macroeconómica de Cabo Verde "é muito preocupante", salientando o "altíssimo défice da conta corrente", cujo rácio sobre o Produto Interno Bruto (PIB) é de 17,6 por cento.

"As projecções para 2009 apontam para um rácio do défice da conta corrente sobre o PIB de 17,6 por cento. Quando esse défice atinge 6 por cento já é preocupante. Quanto mais 17,6 por cento? Quanto ao rácio entre o défice orçamental e o PIB, prevê-se que este ano aponte, segundo as últimas previsões, para 10,6 por cento", sustentou.
Fonte: Lusa