O cabo de fibra óptica submarino, que ligará Fortaleza a cidade de Luanda (Angola), estará em funcionamento no final de 2016 e tem um investimento de US$ 160 milhões, segundo o presidente da Angola Cables, António Nunes. “Estamos em um processo de obtenção de licença junto à Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), portanto, o processo está em andamento”, acrescenta.
A expectativa de Nunes é que a autorização da Anatel, que foi pedida há um mês, saia ainda em setembro, para que a empresa Angola Cables Brasil seja constituída, em parceria com uma companhia brasileira ligada à área de telecomunicações, ficando a empresa angolana com a maior participação na parceria, com 76%. A licença junto à Anatel é necessária porque Angola Cables irá constituir uma nova operadora. O nome da companhia brasileira não foi revelado.
A Angola Cables chegou a cogitar parceria com a Telebras. Porém "as negociações esfriaram porque a empresa brasileira estava focada apenas na Copa do Mundo, mas é claro que as portas ainda estão abertas para a retomada do diálogo", acrescenta. Parceria com a Oi também foi analisada, mas também foi descartada.
Intitulado de South Atlantic Cable System (Sacs), o cabo terá 6 mil km e terá capacidade de 40 terabytes por segundo, sendo comercializado para outras operadoras brasileiras. “Já teve procura e passa sim pelas principais operadoras que atuam no Ceará, mas ainda é muito prematuro dizer quem são”.
Segundo Nunes, Fortaleza vai se fortalecer como centro de conectividade, podendo melhorar sua telecomunicação e banda larga com países da África e da Europa também. Ele acrescenta que não houve nenhuma contrapartida do governo brasileiro.
“O projeto já foi aceito pelos dois governos, a única coisa que precisa acontecer são os trâmites normais de processos administrativos”, ressalta. Negociações com o governo do Ceará ainda não foram realizadas.
Fortaleza
O prefeito Roberto Cláudio não foi à abertura do Fórum, porém, em entrevista ao portal do Instituto, disse que a saída por Angola nos dará uma conexão direta com os países africanos e, consequentemente, com a Ásia.
“Atualmente temos que dar a volta por uma conexão que temos com a Espanha para chegarmos até esses continentes. Um link internacional irá fomentar uma maior concorrência e podendo levar a uma baixa no preço da conectividade”. (Colaborou Flávia Oliveira, especial para O POVO
)
)