terça-feira, outubro 26, 2010

África Subsaariana deverá crescer 5% este ano, prevê FMI



A economia da África Subsaariana deve crescer 5% este ano e 5,5% no ano que vem. A previsão consta do documento 2010 Regional Economic Outlook: Sub-Saharan Africa, divulgado nesta segunda-feira (25/10) pelo Fundo Monetário Internacional (FMI). No início do ano, a estimativa era que o crescimento em 2011 pudesse alcançar 5,9%.

Mesmo assim, o resultado foi comemorado pela diretora do Departamento de África do FMI, Antoinette Monsio Sayeh, ex-ministra das Finanças da Libéria. “A superação regional deve muito às políticas econômicas sólidas implementadas antes e durante a crise global. Permitiram que as autoridades usassem mecanismos fiscais e monetários para minimizar os efeitos adversos da mudança brusca no comércio internacional, preços e fluxos financeiros”, disse ela.

Antes da crise, a região mais pobre do mundo vinha crescendo entre 6% e 6,5% ao ano. No ano passado, a taxa não passou de 2,5%. A África Subsariana tem cerca de 500 milhões habitantes (10% da população do planeta), que vivem nos 47 países ao sul do Deserto do Saara.

De acordo com a diretora do FMI, a demanda doméstica da África Subsaariana deve continuar firme neste ano e no próximo. E as exportações devem se beneficiar do crescimento dos negócios com a Ásia. Sayeh ressalvou que a crise deixou um “legado de desemprego elevado”, além da deterioração do equilíbrio fiscal, especialmente nos países exportadores de petróleo. “Por causa da natureza frágil da recuperação global, os riscos seguem pesados”.

Ela recomenda que políticas fiscais expansionistas sejam temperadas para assegurar que as finanças públicas voltem ao caminho sustentável, com dívidas manejáveis. Para combater a crise, alguns países cortaram as taxas de juros e elevaram o gasto público.

As cinco maiores economias africanas - África do Sul, Nigéria, Angola, Etiópia e Quênia - devem crescer dentro da média esperada para o subcontinente este ano. A maior, a sul-africana, foi uma das que mais sentiram os efeitos da crise mundial. Perdeu cerca de um milhão de empregos em 2009 e entrou em recessão. Angola desacelerou de 13% de crescimento em 2008 para menos de 1% no ano passado.

Mas o FMI projeta para este ano crescimento acima da média em alguns países: Congo (10,6%), Botsuana (8,4%), Etiópia, (8%), Nigéria (7,4%), Zâmbia (6,6%), Tanzânia (6,5%) Libéria (6,3%), Moçambique (6,5%), Malaui (6%), Angola (5,9%), Zimbábue (5,9%), Uganda (5,8%), Lesoto (5,6%), Ruanda (5,4%), Congo (5,4%) e Mali (5,1%).

Para os demais países lusófonos, o FMI antecipa ganhos na massa da economia para São Tomé e Príncipe (4,5%), Cabo Verde (4,1%) e Guiné Bissau (3,5%).

Já o Norte da África, região chamada de Magreb (Mauritânia, Marrocos, Argélia, Tunísia e Líbia), que cresceu 2,4% em 2009, deve encerrar 2010 com ganhos de 5% no produto.

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