terça-feira, dezembro 22, 2009

Presidente Mamadou Tandja critica CEDEAO

Niamey - O presidente nigerino Mamadou Tandja criticou veementemente a Comunidade Económica dos Estados da África do Oeste (CEDEAO) que suspendeu o Níger, interrogando-se mesmo sobre o interesse de permanecer nesta organização, durante uma alocução televisiva.

"Tínhamos aderido à comunidade oeste-africana para promover a economia, o desenvolvimento social e a cultura (...) 30 anos depois não nos permitiu construir só um quilómetro de estrada asfaltada ou de linha eléctrica. Permanecer nela parece inútil", declarou Tandja domingo à televisão Estatal.

"Se temos bastante, não podemos deixar?", interrogou-se o presidente que se exprimia em língua haoussa à margem das festividades do 51º aniversário da República do Níger Diffa (leste), a sua região natal.

O chefe de Estado, que devia retirar-se em Dezembro após dois mandatos, obteve durante um referendo constitucional em Agosto o prolongamente de pelo menos três anos no poder, atraindo críticas de todas as partes.

Após a realização das eleições legislativas conturbadas a 20 de Outubro, boicotadas pela oposição e vencidas sem surpresa pelo partido de Tandja, a CEDEAO suspendeu o país por violação dos textos comunitários sobre a democracia.

Domingo à noite, Tandja denunciou "cláusulas futeis copiadas dos Brancos, inseridas" nos acordos da CEDEAO.

Considerou igualmente que o texto da CEDEAO, ratificado pelo Níger, proibindo aos 15 Estados-Membros alterar a sua Constituição nos seis meses antes de uma eleição sem consenso dos actores políticos do país, representava "um obstáculo para Estados independentes".

Em Maio e Junho passado, enquanto que o Parlamento e o Tribunal constitucional se opunham ao projecto do Presidente de alterar a Constituição para poder manter-se no poder, Tanja dissolveu estas duas instituições.

A União Europeia suspendeu a sua ajuda ao desenvolvimento em Novembro e pediu um regresso à ordem constitucional.

Um diálogo directo entre o poder e a oposição sobre a crise nigerina devia iniciar hoje (segunda-feira) em Niamey sob a égide de um mediador da CEDEAO.

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