O Governo da Guiné-Bissau vai pagar a dívida de 50 milhões de dólares (35,1 milhões de euros) que o Estado tem para com o sector privado local em consequência de prejuízos da guerra civil de 1998/99.
Segundo Braima Camará, presidente da Câmara do Comércio, Indústria e Agricultura (CCIA), a garantia do pagamento do chamado "prejuízo da guerra" foi-lhe transmitida pelo próprio primeiro-ministro guineense, Carlos Gomes Júnior, com quem teve uma audiência de trabalho.
Braima Camará entregou a Carlos Gomes Júnior um memorando contendo a preocupação do sector privado guineense, no qual o pagamento do "prejuízo da guerra" consta entre os principais pontos estratégicos para o relançamento da actividade empresarial na Guiné-Bissau.
"Este documento espelha todas as preocupações do sector privado nacional. O documento contém a nossa visão para o relançamento do sector privado e dar uma nova dinâmica no quadro da parceria pública e privada", diz Braima Camará.
Falando do memorando de entendimento entregue ao primeiro-ministro, o presidente da Câmara de Comércio, Indústria e Agricultura explica que assenta em três pilares fundamentais, nomeadamente a criação de um conselho de concertação entre Governo e o sector privado, o pagamento da dívida "prejuízo da guerra" e o respeito escrupuloso dos critérios de convergência da UEMOA (União Económica e Monetária da África Ocidental).
A UEMOA é uma organização sub-regional da qual faz parte a Guiné-Bissau, cujos critérios de convergência reservam directrizes que concedem facilidades aos empresários, mas que o presidente da Câmara do Comércio guineense entende não estarem a ser respeitados.
"Caso estas medidas sejam tomadas e a dívida regularizada, o país vai ter condições para a retoma da sua actividade económica", defende Braima Camará, sublinhando acreditar nas garantias do primeiro-ministro. "Recebi garantias de um total acolhimento das nossas ideias. (O primeiro-ministro) antes de ser político é um grande empresário guineense e conhece os problemas que o sector privado enfrenta", nota Braima Camará.
O responsável adianta ainda ter recebido indicações de Carlos Gomes Júnior para a cedência, pelo Governo, de um imóvel do Estado para a instalação da sede da CCIA e uma possível transformação desta entidade numa instituição de utilidade pública.
Diário Digital / Lusa
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