
Esta conferencia que reune peritos nas areas de economia, desenvolvimento e experts na area do ambiente, foi organizado pela Comissao Economica para a Africa das Nacoes Unidas ( UNECA) pelo Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) e pelo Programa das Nacoes Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e o objectivo principal e de encontrar equilibrio entre o crescimento economico e o bem estar das populacoes. Resumindo, o tema da conferencia e de falar da “ economia verde”
E precisamente acompanhando as discussoes desta conferencia sobre a “ economia verde” que tomei a iniciativa de trazer este tema a reflexao, sobre a Guine-Bissau e sobre um tema que ha dias foi apresentado na TV, sobre os ultimos investimentos feitos pelo governo para aquisicao mais grupos geradores para a Central Electrica de Bissau (EAGB)
Bom e, na verdade, de salutar este empenho do governo em resolver parte da carencia energetica que na Guine tornou-se endemica....
Todos, enfim, estamos conscientes que nao resolvendo o problema da energia o desenvolvimento do Pais estara eternamente adiado, pois por mais esforcos que facamos em outros polos de desenvolvimento, sem energia electrica comprometemos todos os avancos.
Contudo, e estando ha dias a seguir pela TV a inauguracao de novos grupos geradores adquiridos pelo Governo, saltou-me a vista um facto importante. Os referidos grupo, cerca de tres ou quarto foram instalados na Central Elecrica de Bissau, na zona de Pere ( Chao de Papel), e isto trouxe-me algumas preocupacoes, nao obstante toda a euforia e toda a importancia que se deu ao evento.
Nessa altura lembei-me de varios estudos de impacto ambiental realizados ha ja varios anos e ate recentemente , tanto pelo Governo como pelo Banco Mundial sobre danos ambientais que a Central Electrica de Bissau provocou e continua a provocar naquela zona da cidade.
Hoje e visivel e esta a olho nu, os estragos que o derramamento de oleos, gasoleos e outros residuos toxicos provocaram nas areas circundantes a Central Electrica. A bolanha de Pere esta praticamente poluida e inapta para agricultura... mas a questao fundamental nao esta somente nos terrenos de cultivo, esta, sim, na saude da populacao que vive nos arredores da Central. A degracao do solo naquela zona extende-se a centenas e centena de Km e se agrava dia apos dia com instalacao de novos grupos geradores. Pior, a zona afectada por hidrocarbonetos abrange a Escola Basica “ Guine-Bissau/Suecia ( Ciclo de Pere) .. o Matadouro Central e se extende a sede das Nacoes Unidas e todos os outros edificios adjacentes a Central como o conhecido No Pintcha , INACEP, e pior as habitacoes circundantes e em todo o perimetro de Chao de Papel.
Aqui nao falamos so da contaminacao do solo ou sub-solo, mas igualmente da poluicao atmosferica, com toneladas de dioxido de carbono que sao expelidos no ar, sem nenhum controle, para alem da poluicao sonora que a Central Electrica provoca naquela zona. A EAGB nao dispoe de nenhum plano e nem mecanismos de contencao e controlo ambiental. Tal plano nao existe nem a nivel da tutela ministerial, nem ao nivel de outras estruturas do Governo.
E de salientar que, como muitas infraestruturas coloniais, a Central Electrica de Bissau no contexto actual nao oferece condicoes ambientais, funcionais e infraestruturais para responder a demanda do crescimento populacional da cidade de Bissau. A dinamica do crescimento demografico, o aumento de actividades economicas, levar-nos-a, imperativamente, a pensar num plano de realocar ou a criar novas infrastestruturas (neste caso energeticas) capazes de responder ao standard ambiental e de performance a luz do equlibrio que se busca entre o crecimento economico e o bem estar da populacao.
Walter Tavares
Sem comentários:
Enviar um comentário